Mais 209 brasileiros que foram resgatados de Israel – atualmente em guerra contra o grupo palestino Hamas – chegaram ao país. A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, às 4h desta segunda-feira (23/10/2023), sendo o oitavo voo da Operação Voltando em Paz a regressar ao território brasileiro.
Segundo o tenente-coronel da FAB, Bruno Garcez Mezenga, os passageiros que têm como destino final o Galeão vão desembarcar no Terminal 2, enquanto os demais serão encaminhados para o Salão Nobre do aeroporto. Com o novo pouso, o número de brasileiros resgatados de Israel chega a 1.410, além de 53 animais de estimação.
Além dos resgates, o governo brasileiro aproveitou os voos para enviar 40 purificadores de água e kits médicos à Gaza. As remessas foram entregues no Aeroporto de Al-Arish, no Egito, a 50km da fronteira com Gaza. O deslocamento final e a entrega dos insumos ficam sob responsabilidade da entidade Crescente Vermelho, que atua na região.
Já em Cairo, a aeronave VC-2 cedida pela presidência da República continua aguardando autorização do governo local para resgatar brasileiros da Faixa de Gaza. O grupo, de 26 pessoas, foi retirado das regiões consideradas mais tensas e hospedado em casas e apartamentos próximos à fronteira. Todos estão recebendo alimentação e medicamentos, bem como suporte psicológico.
O conflito entre Israel e Hamas está se intensificando rapidamente e já resultou na morte de mais de 6 mil pessoas em apenas duas semanas, em ambos os lados da fronteira. Dos óbitos, mais de 4 mil concentram-se em Gaza, onde milhares de pessoas estão sofrendo com a falta de suprimentos básicos, como água, energia e remédios devido ao “cerco total” imposto por Israel.
No último fim de semana, a passagem na cidade de Rafah, que faz fronteira com o Egito, foi liberada para a entrada segura de caminhões de ajuda humanitária. O processo, no entanto, está sendo feito de forma lenta, com apenas cerca de 20 veículos entrando em Gaza por dia. O número é criticado por organizações internacionais.
“Um quarto de todas as casas em Gaza foram danificadas e um milhão de pessoas deslocadas. Os hospitais estão em colapso, faltando até mesmo insumos básicos, como analgésicos e curativos. Surtos de doenças são inevitáveis em abrigos transbordantes e insalubres. As pessoas estão bebendo água do mar para tentar se manter vivas. O número inicial de ajuda a Gaza nem sequer arranha a superfície de suas necessidades”, disse o grupo Ajuda Médica aos Palestinianos (MAP).
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