O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que os objetivos militares de seu país na Ucrânia não estão mais limitados à região leste de Donbass, mas incluem vários outros territórios, segundo a mídia estatal.
Em entrevista publicada nesta quarta-feira (20/07/2022), Lavrov disse que quando a Rússia e a Ucrânia discutiram em março um possível acordo para encerrar as hostilidades, “nossa prontidão para aceitar a proposta ucraniana foi baseada na geografia de março de 2022″.
“A geografia é diferente agora. Não se trata apenas do DNR e do LNR”, acrescentou Lavrov, referindo-se às chamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (DNR e LNR), entidades apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia.
“Mas também a região de Kherson, a região de Zaporizhzhia e vários outros territórios”, disse ele. “Este processo continua, de forma consistente e persistente.”
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro com o objetivo declarado de “desmilitarizar e desnazificar” o país – uma declaração rejeitada pela Ucrânia e pelos países ocidentais como pretexto para uma guerra de expansão ao estilo imperial. Na época, o presidente russo, Vladimir Putin, havia dito que seu país não pretendia ocupar nenhum território ucraniano, afirmação essa que mais uma vez cai por terra com essa afirmação feita por Lavrov.
Depois de não conseguir capturar a capital Kyiv, o Ministério da Defesa da Rússia disse em 25 de março que a primeira fase do que Moscou descreve como sua “operação militar especial” estava completa e agora se concentraria em “alcançar o objetivo principal, a libertação de Donbass”.
Quase quatro meses depois, tomou Luhansk, uma das duas províncias que compõem o Donbas – mas ainda está longe de capturar toda a outra, a província de Donetsk.
No entanto, suas forças já conquistaram território muito além de Donbas, especialmente nas regiões sul de Zaporizhzhia e Kherson, e continuam a lançar ataques com mísseis em cidades da Ucrânia.
Em sua entrevista, Lavrov também repetiu afirmações anteriores da Rússia de que os Estados Unidos e o Reino Unido – dois dos países ocidentais que forneceram ajuda militar à Ucrânia – estavam interessados em expandir as hostilidades
“Eles querem transformar isso em uma guerra real e provocar um confronto entre a Rússia e os países europeus”, disse Lavrov.
Ele também acusou os EUA de impedir a Ucrânia de se envolver em negociações sobre um possível acordo com a Rússia.
“Eles estão impedindo-os de quaisquer medidas construtivas e não apenas injetando armas, mas forçando-os a usar essas armas de uma maneira cada vez mais arriscada”, disse Lavrov.
*Informações do site Aljazeera
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