Autoridades acreditam que um cidadão norte-americano esteja sob custódia norte-coreana após cruzar a fronteira entre as Coreias durante uma viagem, disse uma agência das Nações Unidas nesta terça-feira (18/07/2023).
Acredita-se que o homem seja um soldado dos Estados Unidos, afirmou uma autoridade norte-americana. Ele foi detido durante uma visita à Área de Segurança Conjunta (JSA, na sigla em inglês) depois de cruzar a Linha de Demarcação Militar que separa as Coreias do Norte e do Sul, disse o Comando das Nações Unidas nas redes sociais.
“Um cidadão dos EUA em uma viagem de orientação da JSA atravessou, sem autorização, a Linha de Demarcação Militar para a República Popular Democrática da Coreia (RPDC). Acreditamos que ele esteja atualmente sob custódia da RPDC e estamos trabalhando com nossos colegas das Forças Terrestres da Coreia do Norte para resolver este incidente”, disse o Comando das Nações Unidas.
A Área de Segurança Conjunta está localizada dentro da Zona Desmilitarizada entre as Coreias do Sul e do Norte, e os passeios pela área são abertos ao público e organizados pelo Comando das Nações Unidas.
A Zona Desmilitarizada entre as Coreias do Norte e do Sul se tornou uma das fronteiras mais fortemente fortificadas do mundo, cercada por quilômetros de arame farpado e minas terrestres e patrulhada por soldados de ambos os lados por décadas. Mas a Área de Segurança Conjunta é um ligeiramente diferente.
Embora haja uma série de postos de controle que devem ser passados para chegar ao JSA, cruzar a Linha de Demarcação Militar, que é a fronteira real entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, não requer a passagem de nenhuma barreira física.
Há apenas uma pequena linha elevada no chão que marca a fronteira, e atravessá-la requer apenas um passo, como fez o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2018, quando conheceu o líder norte-coreano Kim Jong Un.
Durante o passeio pela JSA, os participantes são mantidos a cerca de 20 metros ou mais da linha que Trump atravessou. Embora haja guardas no lado sul-coreano da fronteira durante as visitas, nenhum guarda foi visto no lado norte-coreano.
A perspectiva de um cidadão dos EUA ser mantido sob custódia militar norte-coreana ocorre em um momento de diplomacia tensa e crescentes tensões militares na península coreana.
Sob o comando do líder Kim Jong Un, a Coreia do Norte tem intensificado os testes de mísseis balísticos intercontinentais potencialmente nucleares, algo que a Coreia do Sul e seu aliado do tratado, os Estados Unidos, estão ansiosos para adiar.
No mesmo dia em que o cidadão americano cruzou a fronteira, outro momento de intenso simbolismo histórico e estratégico estava ocorrendo no porto sul-coreano de Busan – pela primeira vez desde o início da década de 1980, um submarino americano com capacidade nuclear fazia escala.
Essa visita aconteceu quando Kurt Campbell, coordenador para o Indo-Pacífico no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, estava na reunião inaugural em Seul do Grupo Consultivo Nuclear (NCG, na sigla em inglês).
O NCG é um painel conjunto dos EUA e da Coreia do Sul criado pelos líderes dos países em uma cúpula em Washington em abril.
Durante essa cúpula, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o colega sul-coreano, Yoon Suk Yeol, divulgaram a “Declaração de Washington”, que incluía um conjunto de medidas destinadas a fazer Pyongyang pensar duas vezes antes de lançar um ataque contra seu vizinho ao sul.
*Informações do site CNN Brasil
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