Se o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) quiser, o governo será derrotado nesta quarta-feira (31/05/2023) na votação da Medida Provisória que reestrutura a organização do Executivo, como número de ministérios e suas atribuições. Por enquanto, Lira quer a derrota. Só mudará de ideia se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizer gestos concretos para agradar o centrão.
O desejo é que Lula troque ministros, como Renan Filho, do MDB, filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), adversário político de Lira em Alagoas, além de ministros do União Brasil, como Juscelino Filho, das Comunicações, e Daniela Carneiro, do Turismo.
Lira rebateu a informação, por uma rede social. “É falsa e descabida a informação que pedi a cabeça de ministro, e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do Governo”, publicou ele.
É falsa e descabida a informação que pedi “a cabeça de ministro”, e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do Governo.
Tenho agido sempre com respeito aos Poderes. A origem da desinformação segue na mesma linha daquele que tem usado as redes sociais, [+]
— Arthur Lira (@ArthurLira_) May 31, 2023
O centrão da Câmara se ressente por considerar que somente o Senado conseguiu emplacar nomes na escalação dos ministros. Também exige poder indicar nomes. E logo.
Mas parlamentares relatam a Lira a falta de paciência com as sinalizações do governo de que essa troca vai acontecer em breve, mas que nunca é concretizada. Portanto, o plano é claro: primeiro os deputados do centrão aprovaram com folga o projeto do Marco Fiscal, o mais importante desde que o governo começou. Desta forma, ofereceu a degustação de como é ter o centrão aliado.
Agora, apresenta ao Palácio do Planalto o horizonte de estragos que a falta do apoio de Lira e de seus deputados pode reservar ao petista.
Lula sabe da demanda. E já recebeu o ultimato de Lira. O governo fez as contas e sabe não ter votos suficientes para aprovar a medida provisória sem a ajuda do centrão.
Por isso, na manhã desta quarta-feira, Lula convocou os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE).
O encontro fora da agenda e de emergência tem a missão de achar uma saída para não perder a votação. Lula resiste em atender a todas as exigências de Lira para não se mostrar refém do Congresso. Mas quer apresentar uma proposta até o começo da tarde para garantir a vitória na Câmara.
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