Autoridades bielorrussas do regime de Alexander Lukashenko, enviaram um caça e sinalizaram o que acabou sendo um falso alerta de bomba para forçar um avião da Ryanair a pousar no domingo (23/05/2021). Em seguida, prenderam um jornalista dissidente, chamado Raman Pratasevich, que estava a bordo do avião, e era um ativista opositor ao regime.
O ato foi condenado por países europeus, pelos Estados Unidos e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Mudanças de rotas e prováveis punições
Apesar de ser pouco provável que a Bielorrússia sofra algum tipo de sanção mais grave, o episódio deve causar mudanças nos padrões de tráfego aéreo na Europa.
A airBaltic, uma companhia aérea da Letônia, por exemplo, se tornou a primeira a anunciar nesta segunda-feira (24/05/2021) que não vai mais voar sobre o espaço aéreo bielorrusso.
O chefe da Ryanair, Michael O’Leary, que se referiu ao incidente como um sequestro patrocinado pelo estado, disse acreditar que agentes de segurança estavam no voo e desembarcaram em Minsk. Isso significaria que a operação foi efetivamente coordenada com espiões que operam no terreno na Grécia, de onde partiu o voo.
“A União Europeia (UE) considerará as consequências desta ação, incluindo a adoção de medidas contra os responsáveis”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, em um comunicado.
A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “o comportamento ultrajante e ilegal do regime na Bielorrússia terá consequências”.
Minsk tem ignorado sanções anteriores o ano passado, que consistem principalmente em adicionar vários funcionários a listas que restringem seu direito de viajar ou fazer negócios na Europa e nos Estados Unidos.
A UE já trabalhava em uma quarta rodada de medidas antes do incidente com a Ryanair.
Passos adicionais poderiam agora incluir a suspensão dos voos de companhias aéreas do bloco sobre a Bielorrússia ou a proibição da companhia aérea bielorrussa Belavia de pousar em aeroportos da UE.
Um funcionário da UE disse que a suspensão do trânsito terrestre também pode ser discutida.
*Informações do site CNN Internacional