Bolsonaro e Flávio visitaram miliciano Adriano Nóbrega na prisão em 2004 e 2005

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), visitaram pelo menos duas vezes o ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega, entre 2004 e 2005. Nóbrega foi apontado pelo Ministério Público como líder de um grupo de matadores de aluguel no Rio de Janeiro. Ele foi morto pela polícia na Bahia em 2020. As visitas dos Bolsonaro a Nóbrega foram reveladas em podcasts do Uol publicados nesta sexta-feira (23).

Ao longo dos anos, Flávio Bolsonaro e o irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) solicitaram homenagens aos policiais que foram denunciados pelo MP como membros de organizações criminosas no Rio.

Em nota, as assessorias do presidente e de Flávio justificaram que “na época das homenagens era impossível prever que alguns desses policiais pudessem desonrar a farda”. Uma das visitas, diz a nota, foi para “resolver uma crise”.

A segunda foi na entrega da medalha Tiradentes, a maior comenda do Rio, quando Flávio Bolsonaro pediu na Assembleia Legislativa do Rio para homenagear Nóbrega. O próprio entregou a condecoração a Nóbrega dentro da prisão. Jair Bolsonaro compareceu à cerimônia

A primeira visita foi durante um suposto motim de policiais que estavam presos no Batalhão Especial Prisional, em outubro de 2004.

A rebelião na prisão foi motivada em reclamação à criação do BEP, onde também estavam presos por outros crimes que não eram policiais. Antes, os policiais ficavam no Batalhão de Choque ou nas suas próprias unidades quando eram presos. Isso permitia que conseguissem manter alguns privilégios mesmo presos, segundo a coluna de Juliana Del Piva.

Na época, Nóbrega estava preso esperando para ser julgado pela morte do guardador de carros Leandro dos Santos Silva, em 2003. Silva foi executado dias depois de denunciar um caso de tortura e extorsão que, disse, foi comandado por Nóbrega. Nóbrega e um grupo de policiais foram presos em flagrante pelo crime.

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