Omar Aziz critica o desfile de blindados da marinha na Esplanada dos Ministérios

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), classificou nesta terça-feira (10/08/2021) como “patético” e “arroubo golpista” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o desfile de blindados no mesmo dia em que a Câmara vai votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso.

“Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a nossa democracia ?as instituições, com Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça. A democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas”, leu Aziz em pronunciamento, antes do início do depoimento do tenente-coronel Hélcio Bruno, do Instituto Força Brasil.

Segundo o senador, “o papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la. Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, seus adversários, atacar a oposição legitimamente constituída. Não há nenhuma previsão constitucional para isso”.

Leia a nota na íntegra:

Enquanto abrimos essa importante sessão da CPI da Pandemia, o Brasil passa por um momento grave. Aqui do nosso lado, no Eixo Monumental, o presidente Jair Bolsonaro comanda um lamentável desfile de blindados das Forças Armadas, em uma clara tentativa de intimidar parlamentares e opositores. Bolsonaro imagina com isso estar mostrando força, mas na verdade está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção, inclusive desta CPI, e pela incompetência administrativa que provoca mortes, fome e desemprego em meio a uma pandemia ainda sem controle.

O presidente cria uma encenação, uma coreografia, para mostrar que tem o controle das Forças Armadas e pode fazer o que quiser com o país. É um absurdo inaceitável. Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado. O papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la. Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, seus adversários, atacar a oposição legitimamente constituída.

Não há nenhuma previsão constitucional para isso. O Brasil vive o maior período democrático de sua história. Desde 1985, temos eleições livres, instituições fortes e independência dos Poderes. Bolsonaro não tem o direito de usar a máquina pública para ameaçar a própria democracia que o elegeu. Em apenas dois anos e meio de mandato, Bolsonaro colocou o país nessa situação vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armadas, formada em sua grande maioria por homens sérios e honrados, como pude presenciar de perto no meu Amazonas. Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo. Mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu.

Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a nossa democracia ?as instituições, com Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça. A democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas. Agressões à Constituição não são legítimas. Defender golpe não é aceitável. E defender o fim da democracia precisa ser punido com o rigor da lei. Nós, os democratas, estamos aqui a postos para defender a democracia e o nosso país com os instrumentos que a Constituição nos confere.

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