Representantes pró-Moscou afirmaram que os referendos sobre adesão à Federação Russa começaram a circular em cidades ucranianas nesta sexta-feira (23/09/2022). Além das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, em Donbass, também enfrentarão a votação de anexação as cidades de Kherson e Zaporizhzhia. O processo está programado para terminar no dia 27 de setembro.
A iniciativa acontece no momento em que as forças russas ocupam quase toda a região de Lugansk e cerca de 60% de Donetsk, no leste da Ucrânia, bem como parte das outras cidades onde o referendo será circulado. Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a mobilização parcial, onde 300 mil reservistas e pessoas com experiência militar prévia devem ser convocadas para reforçar a ofensiva.
A ação é criticada pela comunidade internacional, uma vez que ameaça a segurança europeia e viola a soberania de Estado da Ucrânia. O último processo de anexação aconteceu em 2014, quando a Rússia formalizou a Crimeia como parte do país.
“Os aliados não reconhecem e nunca reconhecerão a anexação ilegal e ilegítima da Crimeia pela Rússia. O mesmo será feito com as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson, que não têm legitimidade para fazer um referendo, sendo uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas”, disse o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.
Assim como integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), o líder condenou a mobilização militar e disse que o ato refere-se a uma nova escalada “da guerra ilegal da Rússia contra a Ucrânia”. Stoltenberg disse ainda que a Otan rejeita a retórica nuclear de Putin e que continuará apoiando a integridade do território ucraniano e o direito de autodefesa do país.
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