O governo de Jair Bolsonaro, por meio do Ministério da Saúde, destinou à Covid-19 dois milhões de três milhões de comprimidos de cloroquina fabricados pela Fiocruz para o combate à malária, o que levou à iminência do desabastecimento para estes pacientes. Segundo documentos obtidos pela Folha de S.Paulo, a pasta então comandada por Eduardo Pazuello teve de se movimentar em novembro do ano passado para garantir a produção, pela Fiocruz, de 750 mil comprimidos de cloroquina, a fim de assegurar a execução do programa contra a malária até março. Os gastos, de acordo com o jornal, ultrapassaram os 258 mil reais. A cloroquina, que não tem qualquer eficácia comprovada contra a Covid-19, é um dos medicamentos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro desde o ano passado. No segundo semestre de 2020, o governo federal passou a dar prioridade à hidroxicloroquina doada pelos Estados Unidos, mas o estoque de cloroquina para enfrentar a malária já estava comprometido. Em nota ao jornal, o Ministério da Saúde afirmou que garantiu a disponibilidade de cloroquina para malária, sem prejuízos ou interrupções do atendimento durante a pandemia.
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