A rede Americanas deu o primeiro passo para pedir recuperação judicial. A varejista informou à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro dívidas aproximadas de R$ 40 bilhões com vencimento próximo. A crise na empresa começou com um comunicado ao mercado datado de quarta-feira (11), que tratava do surgimento de uma dívida total de R$ 20 bilhões não registrada no balanço contábil. As informações são da coluna de Lauro Jardim, de O Globo.
A empresa, que tem entre os acionistas Jorge Paulo Lemann, um dos mais ricos do país, pediu ao juiz da 4ª vara, Paulo Assed, uma tutela de urgência cautelar que suspende bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa, assim como adia a obrigação da Americanas de pagar suas dívidas. A medida foi atendida. Assed nomeou Assed nomeou o advogado Bruno Rezende e o Escritório de Advocacia Zveiter como administradores judicais.
Em sua decisão, Paulo Assed escreve que é “justificável o deferimento da medida, com vistas a evitar o exaurimento de todos os ativos da companhia, por credores altamente qualificados, em detrimento dos demais credores, e, principalmente, da própria manutenção da atividade econômica”. O magistrado deu um prazo de 30 dias para que a Americanas peça recuperação judicial.
Na quinta-feira, a rede perdeu 77% do valor de mercado. O papel, que até a semana passada era negociado a R$ 12, hoje foi cotado a R$ 3,51, após se valorizar nesta sexta em 15,8%.
“As inconsistências contábeis exigirão reajustes nos lançamentos da companhia, o que poderá impactar nos resultados finais divulgados nos respectivos exercícios anteriores, com alteração do grau de endividamento da empresa”, informou a empresa, no pedido.