O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito no segundo turno das eleições, realizado neste domingo (28/05/2023). Com 98,8% das urnas apuradas às 20h45 no horário local (14h45 no horário de Brasília), ele teve 52,1% dos votos válidos, enquanto Kemal Kilicdaroglu, representante de uma coalizão multifacetada e líder do Partido do Povo (CHP), ficou com 47,9%, segundo a emissora estatal turca TRT.
Türkiye has voted for the country’s next president. Here are the latest results as of 0845 PM
Recep Tayyip Erdogan: 52.10%
Kemal Kilicdaroglu: 47.90%For more: https://t.co/r0KPc9WWiV pic.twitter.com/UlG1eq3Md2
— TRT World (@trtworld) May 28, 2023
Em um discurso da vitória, feito na porta de sua casa, em Istambul, o presidente da Turquia afirmou que “os vencedores, hoje, são 82 milhões de cidadãos turcos”.
No poder do país desde 2003, Erdogan terá agora um novo mandato de cinco anos. Essa foi a primeira vez em que o líder turco precisou disputar um segundo turno.
Quem é Erdogan?
Prefeito bem-sucedido de Istambul de 1994 a 1998, Erdogan se filiou ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de vertente conservadora e nacionalista, em 2002, sendo eleito primeiro-ministro no ano seguinte, com uma proposta diferente da qual a República da Turquia foi construída.
A economia turca registrou um grande crescimento durante a primeira década de Erdogan no poder, além de enormes projetos de infraestrutura. O frenesi da construção, aliás, permitiu que turcos com menor nível de escolaridade entrassem no mercado de trabalho, consolidando a base eleitoral do AKP.
Todavia, as coisas mudam a partir de 2013, quando o governo reprime brutalmente protestos iniciados pela preservação de uma praça e acabaram tomando proporção nacional. Em 2014, Erdogan é eleito presidente, posto que era meramente cerimonial até 2017, quando o político, reagindo a um golpe fracassado em 2016, transformou o sistema político do país em presidencialismo e se reelegeu com muito mais poderes.
A partir daí, Erdogan levou a Turquia rumo ao autoritarismo. Além de passar a ser o único responsável pela nomeação — e demissão — de ministros e juízes, o presidente também se deu poderes para governar por decreto. No mais, conseguiu que seu partido tivesse a maioria dos assentos no parlamento, cerceou e prendeu opositores, e passou a controlar os meios de comunicação.
Com tantos poderes na mão, Erdogan passou a gerir mal a economia. Nos últimos anos, abandonou a política econômica ortodoxa, a inflação disparou e a lira desvalorizou.
Além da crise no custo de vida, há também a questão dos refugiados sírios. A Turquia abriga cerca de 4 milhões de sírios que fugiram da guerra civil que perdura desde 2015, sobrecarregando os serviços básicos e aumentando o desemprego no país.
Somando com as consequências do terremoto que abalou a Turquia e Síria, em fevereiro deste ano, provocando mais de 50 mil mortes, e a lenta resposta do governo no resgate das vítimas, forma-se a tempestade perfeita para o presidente de 69 anos em busca da reeleição.
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