Quando em 2 de janeiro de 2023 o PSOL pediu a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), o segundo filho e ‘social media’ do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, apelou para uma imagem recorrentemente usada em momentos de crise. Carluxo então publicou uma foto do pai no hospital, costurado de cima a baixo após sofrer uma facada em Juiz de Fora (MG), durante a campanha vitoriosa de 2018. A publicação coloca que o PSOL, mesmo partido em que Adélio Bispo, o autor da facada, teria sido filiado, seria o responsável por querer uma espécie de fim de Jair.
Dessa vez, após os ataques de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, no último domingo (8), logo no dia seguinte Carluxo fez o loggin na conta do pai e correu para postar uma foto do ex-presidente, novamente no hospital, mas dessa vez nos EUA em recente internação.
A tática de apelar para hospitais é frequentemente usada por Carluxo em momentos de crise e há uma razão para isso que transcende o próprio evento da facada, considerado por muitos analistas como um ponto de virada na campanha de 2018. A razão é simples: causa engajamento a mistura de referência ao episódio da facada com alguma pitada de ironia e humor – mesmo que a imagem de hospitalização não seja necessariamente ligada ao acontecimento de Juiz de Fora.
De acordo com dados divulgados pela coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, a recente publicação de 9 de janeiro nas redes de Jair, em que o ex-presidente aparece em hospital nos Estados Unidos, bateu recordes de engajamento. A coluna traz um levantamento da Ativaweb que aponta recordes de curtidas na publicação, que superam a postagem mais curtida de Bolsonaro em 2022. Ela é a mais relevante em termos de audiência no perfil do ex-presidente nos últimos 2 anos.
A publicação que teve ao todo, somando as principais redes, mais de 9 milhões de curtidas entra em contradição com o choro em silencio que Jair apresenta nos últimos dias. Investigado pelo Supremo Tribunal Federal como um dos possíveis mentores intelectuais dos ataques a Brasília do último domingo (8), o ex-presidente segue engajando seus apoiadores nas redes.
Em especial no Facebook e Instagram, as principais redes sociais do país, Bolsonaro tem apresentado nesse começo de ano uma taxa de engajamento de 4% a 5%, considerada alta, acima da média de grandes perfis. Em um momento que sua eventual prisão é cogitada, o reaparecimento como fenômeno de curtidas pode jogar a favor, se não da ‘liberdade’ de Jair, do caos que seus apoiadores devem tentar armar.
*Matéria tirada do site Fórum*