A polêmica viagem ao Egito feita em seu jatinho particular não foi o único agrado dado pelo empresário José Seripieri Filho, dono da operadora QSaúde, ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Considerando o período de campanha eleitoral e o que antecedeu o início oficial da disputa, Júnior, como o empresário é conhecido, doou R$ 2 milhões para o Partido dos Trabalhadores.
Segundo a prestação de contas apresentada pela sigla ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 615 mil foram repassados para a conta do diretório nacional do PT em duas transferências feitas em julho e agosto, antes do início oficial da campanha.
Os repasses foram registrados como doação para “manutenção do partido”. O PT costuma usar essas contribuições para custear despesas que não podem ser pagas com dinheiro do fundo partidário, como o aluguel da casa de Lula em São Paulo e os honorários dos advogados que defendem o presidente eleito.
Depois do início da disputa eleitoral, Junior fez outras três transferências. Uma de R$ 660 mil para a conta do diretório nacional, em setembro, e outra de R$ 500 mil para a conta da própria campanha de Lula, em outubro.
Houve ainda uma terceira doação para Thainara Faria, que se elegeu deputada estadual em São Paulo pelo PT com o apoio do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, um dos coordenadores da campanha de Lula.
Carona no jatinho
Lula embarcou no jatinho de Seripieri Filho na segunda-feira (14/11/2022) para participar da COP 27, a conferência da ONU sobre o clima. No mesmo dia, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não se tratava de um empréstimo, mas de uma carona, uma vez que o empresário estava junto com o presidente eleito na aeronave.
A viagem gerou críticas no meio político e nas redes sociais. Um deputado aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o caso. O PT nega qualquer irregularidade.
Na quinta-feira (17/11), Lula cancelou uma última entrevista que daria na COP27 e deixaria o Egito com destino a Portugal sem explicar o uso do jatinho do empresário.
Amigo de Lula, a ponto de ter sido convidado para o casamento do petista com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, em maio, Júnior foi o fundador da operadora de saúde Qualicorp.
Em 2020, o empresário chegou a ser preso na Operação Lava Jato, acusado de pagar caixa 2 para campanhas de políticos de diferentes partidos nas eleições de 2014, entre eles a do senador José Serra (PSDB-SP).
Após ser solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele fez um acordo de delação premiada com a PGR e pagou multa de aproximadamente R$ 200 milhões.
*Informações do site Metrópoles
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