O atual vice-presidente de Taiwan, Lai-Ching-te, venceu as eleições presidenciais da ilha neste sábado (13/01/2023). Será o terceiro mandato seguido do Partido Democrático Progressista (PDP), que é contrário à unificação do território com a China. A posse está marcada para 20 de maio.
Os principais opositores, Hou Yu-ih, do partido nacionalista Kuomitang, e Ko Wen-je, do minoritário Partido do Povo, admitiram a derrota para Lai. Em seu primeiro discurso após a vitória, o atual vice-presidente disse que a população taiwanesa resistiu às “forças externas” que queriam influenciar as eleições. Ele afirmou que quer manter o diálogo com a China “com base na dignidade e na paridade”.
EUA x China
Pequim se opôs à candidatura de Lai e negou conversas com a atual gestão, do mesmo partido. Nesta semana que antecedeu o pleito, a porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Mao Ning, havia pedido que os Estados Unidos não “se intrometessem” nas eleições presidenciais de Taiwan. A declaração aconteceu após Washington anunciar que enviaria uma delegação informal bipartidária à ilha após a votação.
As eleições em Taiwan acontecem no momento em que Estados Unidos e China tentam retomar os diálogos. Pequim continua reivindicando a ilha de Taiwan, separada por uma guerra civil em 1949. Washington, por sua vez, defende explicitamente a soberania do território e já prometeu enviar ajuda militar em caso de invasão.
Nos últimos meses, os países trocaram ameaças, o que aumentou a tensão na relação China-EUA. Enquanto Pequim defende que Taiwan é um “assunto puramente interno da China”, o presidente norte-americano, Joe Biden, já alertou que o país está “flertando com o perigo”, dizendo que o cenário pode ficar semelhante à invasão russa na Ucrânia.
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