O ditador sírio, Bashar Al-Assad, disse nesta quinta-feira (16/03/2023) que aceitaria qualquer proposta russa para estabelecer novas bases militares e aumentar o número de tropas no país do Oriente Médio, sugerindo que a presença militar da Rússia no país deve se tornar permanente.
Quando a Rússia interveio na Guerra Civil Síria em 2015, ajudou a pender a balança a favor de Assad, garantindo a sobrevivência do líder sírio, apesar das exigências ocidentais de que ele fosse derrubado.
Assad, que se encontrou com o presidente Vladimir Putin no Kremlin na quarta-feira (15/03), apoiou a guerra da Rússia na Ucrânia e disse à agência de notícias estatal russa RIA que Damasco reconhece os territórios reivindicados pela Rússia na Ucrânia.
A Síria, disse Assad, acolheria qualquer proposta russa para estabelecer novas bases militares e aumentar o número de tropas russas – e disse que não precisam ser temporárias.
“Achamos que expandir a presença russa na Síria é uma coisa boa”, disse Assad à RIA em entrevista. “A presença militar da Rússia em qualquer país não deve ser baseada em algo temporário.”
“Acreditamos que se a Rússia deseja expandir bases ou aumentar seu número, é uma questão técnica ou logística.”
Os anos de Assad como presidente foram definidos pelo conflito que começou em 2011 com protestos pacíficos antes de se transformar em um conflito multifacetado que fraturou o país do Oriente Médio e atraiu amigos e inimigos estrangeiros.
Ele costurou grande parte de seu estado com a ajuda da Rússia e do Irã, auxiliado pelo fato de que seus aliados sempre estiveram mais comprometidos com sua sobrevivência do que seus inimigos com sua derrota.
Ao lado da base aérea de Hmeimim, de onde a Rússia lança ataques aéreos em apoio a Assad, Moscou também controla as instalações navais de Tartus na Síria, seu único ponto de apoio naval no Mediterrâneo, em uso desde os tempos da União Soviética.
O Ministério da Defesa da Rússia disse em janeiro que a Rússia e a Síria haviam restaurado a base aérea militar de al-Jarrah no norte da Síria para ser usada em conjunto. A pequena base a leste de Aleppo foi recapturada dos combatentes do Estado Islâmico em 2017.
Em Moscou, Assad agradeceu a Putin pela ajuda que a Rússia deu à Síria após um terremoto devastador e elogiou o chefe do Kremlin por seu apoio à unidade síria.
A Síria ficou ao lado da Rússia na questão da Ucrânia, disse Assad.
“Como esta é minha primeira visita desde o início da operação militar especial na Ucrânia, gostaria de repetir a posição síria em apoio a esta operação especial”, disse Assad a Putin, de acordo com uma transcrição do Kremlin.
A Síria reconhece os territórios da Ucrânia que a Rússia tomou como russos, disse Assad.
“Eu digo que estes são territórios russos e, mesmo que a guerra não tivesse acontecido, são territórios historicamente russos”, disse Assad à RIA.
A Rússia reivindicou cerca de um quinto da Ucrânia e diz que as terras agora fazem parte da Rússia. A Ucrânia diz que vai lutar até que todos os soldados russos sejam expulsos da Ucrânia. O Ocidente diz que a anexação do território ucraniano é ilegal.
Assad disse que a Rússia e a Síria planejam assinar um acordo de cooperação econômica nas próximas semanas.
*Informações da Reuters
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