O Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou uma potencial venda de mísseis do tipo Javelin para o Brasil por 74 milhões de dólares (cerca de R$ 374 milhões de reais), que estava paralisada há meses por parlamentares de alto escalão, de acordo com uma notificação formal enviada ao Congresso dos Estados Unidos na terça-feira (09/08/2022).
O Departamento de Estado deu seu endosso final ao pacote de 222 mísseis projetados para abater e destruir tanques após o que várias fontes disseram ser um esforço liderado pelos democratas para bloquear a venda devido a preocupações com o presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
A Agência de Cooperação e Segurança de Defesa (DSCA, na sigla em inglês), ligada ao Pentágono, disse que informou o Congresso sobre a possível venda dos mísseis de ponta, que ganharam fama por seu uso efetivo pelas forças ucranianas contra blindados russos.
Os mísseis são produzidos em conjunto pelas empresas de defesa Raytheon Technologies Corp e Lockheed Martin Corp.
O anúncio veio um dia depois que a Reuters foi a primeira a relatar o atraso no acordo.
A oferta do Brasil para adquirir os mísseis foi originalmente feita quando o ex-presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, estava na Casa Branca.
O Departamento de Estado deu um aceno preliminar à proposta no final do ano passado, apesar das objeções de algumas autoridades americanas de baixo escalão, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Mas o acordo foi adiado depois que foi enviado para uma revisão “informal” confidencial pelos dois presidentes democratas e dois líderes republicanos dos Comitês de Relações Exteriores do Congresso.
O senador Bob Menendez e o deputado Gregory Meeks, colegas democratas de Biden, encheram o Departamento de Estado de perguntas desde o início deste ano, disseram as fontes.
Muitas outras negociações de armas foram concluídas em poucos meses.
Não ficou imediatamente claro por que os legisladores seniores finalmente permitiram que o acordo com o Brasil avançasse.
Respondendo às perguntas dos legisladores sobre se o Brasil tinha uma necessidade legítima de tal armamento, o DSCA disse que melhoraria a segurança de um importante parceiro regional dos EUA e aumentaria sua capacidade de “enfrentar ameaças futuras”.
Notificar formalmente todo o Congresso sobre uma proposta de venda de armas abre uma janela limitada no tempo – normalmente de 30 dias – durante a qual os legisladores podem bloqueá-la aprovando uma resolução na Câmara dos Deputados e no Senado. Tal passo raramente é dado, no entanto.
Apesar da aprovação do Departamento de Estado, a notificação não indica que um contrato tenha sido assinado ou que as negociações tenham sido concluídas.
*Informações do site CNN Brasil
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