Foto: Aílton de Freitas / O Globo
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse nesta segunda-feira que não há a intenção de recontar os dados divulgados anteriormente sobre covid-19. Na semana passada, em entrevista à colunista Bela Megale, do GLOBO, o empresário Carlos Wizard, que havia sido convidado para chefiar a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, disse que haveria uma recontagem da quantidade de mortos, porque os números seriam “fantasiosos ou manipulados”.
No último domingo, Wizard anunciou que não aceitaria mais o cargo e pediu “desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretada como desrespeito aos familiares das vítimas”.
— Com relação a recontagem, não há essa intenção. Esses dados são divulgados pelos estados e municípios. Estão sendo baseados em análise clínica, o diagnostico de um médico, que é um profissional e saúde. Eles são confirmados por testagem feita por laboratórios particulares ou oficiais. Da mesma forma que acreditamos nesses dados que estamos apresentando agora, acreditamos nos dados carregados por estados e municípios — disse Élcio, que é o número dois do ministério.
A credibilidade dos dados oficiais está em xeque em razão de mudanças na forma de divulgação dos dados ocorridas a partir da semana passada, após a insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com os números crescentes da doença no Brasil.
Segundo o último boletim divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde, 707.412 pessoas já foram contaminadas pelo novo coronavírus no Brasil. O número total de mortes chega a 37.134. Nas últimas 24 horas, foram registrados mais 15.654 casos novos e 679 óbitos, mas os dados não incluem alguns estados. Assim, os números podem aumentar ainda. Faltam os casos e mortes de Alagoas e Santa Catarina, além dos óbitos de Goiás e Distrito Federal.
— Assim que o dado for atualizado, a gente atualiza no sistema — disse o diretor do Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de doenças não Transmissíveis, Eduardo Marques Macário.
Via: O Globo