O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso pela Polícia Federal, em Santos (SP), em sua casa, na manhã desta quarta-feira (22/06/2022), alvo da Operação Acesso Pago. Ele é suspeito de crimes de tráfico de influência e corrupção, na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), intermediada por um “gabinete paralelo”, que favorecia pastores evangélicos.
Ribeiro será transferido ainda hoje para Brasília, por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. Ele determinou que, depois de preso, ele fosse encaminhado para a Superintendência da PF no DF. A PF cumpriu mandado de buscas também em outro endereço do ex-ministro, em São Vicente (SP).
São cumpridos ainda outros quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
Além de Ribeirão, que está preso preventivamente, foram alvos da PF os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. O juiz federal deve fazer uma audiência de custódia com Ribeiro, nesta quinta-feira (23/06).
“Gabinete paralelo”
As investigações foram abertas no Supremo Tribunal Federal (STF), quando Ribeiro ainda era ministro da Educação e tinha foro privilegiado. O ministro deixou o cargo no governo Jair Bolsonaro em março. A ministra do STF Cármen Lúcia remeteu o inquérito para primeira instância. São apurados eventuais crimes de tráfico de influência, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa.
Os pastores, que não têm cargo no governo federal, são suspeitos de negociarem com prefeitos a liberação de verbas do FNDE, em uma espécie de “gabinete paralelo”.O FNDE, vinculado ao Ministério da Educação, concentra recursos destinados às prefeituras. Prefeitos declararam receber pedidos de propinas, inclusive, em barras de ouro.
Os pastores, que tinham livre acesso ao governo e contavam com apoio de Ribeiro, negociavam liberações para verbas de construção de creches, escolas ou compra de equipamentos.
As defesas dos alvos ainda não foram localizadas. Os envolvidos negaram, anteriormente, envolvimento em ilícitos.
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