O presidente Jair Bolsonaro tem bloqueado internautas que o criticam nas redes sociais, segundo informações da ONG da Human Rights Watch. A organização não governamental afirma que identificou 168 contas bloqueadas, a maioria no Twitter, incluindo jornalistas, congressistas e influenciadores. Perfis de veículos de imprensa e de ONGs também aparecem na lista. “Isso impede que pessoas bloqueadas participem do debate público, viola a liberdade de expressão e as discrimina com base em suas opiniões”, diz a Human Rights Watch. Ainda de acordo com a entidade, entre os perfis de influenciadores banidos, estão contas com mais de 1 milhão de seguidores. A ONG diz que no número total de bloqueios deve ser muito maior.
Levantamento da Human Rights Watch:
- A pesquisa feita pela ONG perguntou a usuários no Twitter, Facebook e Instagram quem havia sido bloqueado por Bolsonaro.
- 400 responderam que sim, e 176 forneceram capturas de tela que identificam suas contas, com o nome do usuário, e a mensagem indicando o bloqueio pela conta do presidente Bolsonaro.
- A Human Rights Watch verificou cada uma das imagens e não encontrou sinais de que tenham sido adulteradas.
- A maioria das pessoas que enviaram as capturas de tela disse que foi bloqueada após comentários criticando o governo.
- Foram identificadas 13 contas institucionais bloqueadas pelo presidente Bolsonaro, entre elas, a da própria Human Rights Watch.
Além das contas de Jair Bolsonaro, a ONG fez um levantamento, via pedidos de acesso à informação, sobre o número de pessoas bloqueadas por membros do gabinete do presidente Bolsonaro. As respostas foram:
- O ministro da Cidadania e o ministro da Casa Civil até julho de 2021 disseram que não bloquearam ninguém.
- O vice-presidente Hamilton Mourão informou que bloqueou 28 pessoas, apenas no Twitter.
- Outros ministros se recusaram a fornecer informações, dizendo que não tinham contas ou que estas eram privadas.
- A Secretaria de Comunicação da Presidência da República e os ministérios disseram ter bloqueado 182 pessoas nas contas institucionais.
- Os ministérios da Educação e da Justiça respondem por 85% dos bloqueios nas contas institucionais do governo.