Ao longo das últimas 48 horas o senador Marcos do Val (Podemos-ES) coleciona versões em redes sociais e entrevistas à imprensa, envolve cada vez mais personagens e encontra dificuldades em explicar o que de fato ocorreu entre ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – a quem acusou de coação e depois voltou atrás – e o ex-deputado Daniel Silveira (PT-RJ). Segundo Do Val, o político bolsonarista preso no Rio de Janeiro na última quinta-feira (02/02) e Bolsonaro, teriam feito uma proposta de participação em uma tentativa de golpe e tentado convencê-lo a gravar uma conversa comprometedora com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Nesta sexta-feira (03/02/2023) em mais uma reviravolta do caso, após manifestação de Moraes, que classificou a trama como “tentativa tabajara” de golpe, o parlamentar anunciou que vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento do magistrado da relatoria dos inquéritos que apuram os atos antidemocráticos. O motivo, segundo ele, é o fato de Alexandre de Moraes ter sido citado no depoimento dado à PF, em que Do Val relata a reunião onde teria ocorrido o diálogo com teor golpista. O senador também desmentiu Moraes, e disse que não recebeu orientações do magistrado do STF sobre a formalização daquela denúncia.
“Informo que não são verídicas as recentes declarações do Ministro Alexandre de Moraes quando diz que me orientou para que as informações sobre a reunião com Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro fossem formalizadas”.
Alexandre de Moraes, pela manhã, afirmou que durante o encontro com Marcos do Val, quando foi procurado pelo senador no STF, perguntou o político estava disposto a colocar as denúncias no papel e afirmou que tomaria um depoimento formal. Na ocasião, segundo Moraes, Do Val recuou e indicou que aquilo seria “uma questão de inteligência” e que não poderia confirmar.
“Tenho como provar que ao comunicar o ministro Alexandre de Moares sobre o que estava acontecendo, por escrito e textualmente, via mensagem de whatsApp, em nenhum momento recebi a orientação do ministro para fazer a referida formalização. Portanto não fui orientado para formalizar nada, nem por resposta às mensagens que enviei e nem pessoalmente durante o encontro que tivemos”, explica.
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