Ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno negou a existência de um plano de golpe de Estado orquestrado no governo Jair Bolsonaro (PL). Em depoimento nesta quinta-feira (01/06/2023), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), disse nunca ter tratado sobre o assunto com o ex-presidente.
Heleno prestou depoimento por mais de 3 horas aos deputados distritais. Afirmou nunca ter visto a “minuta do golpe”, em referência ao documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres durante buscas da Polícia Federal (PF), em janeiro. “Jamais vi essa minuta.”
O papel era uma minuta de um decreto que impunha uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Heleno afirmou que não tratou “com Bolsonaro sobre o assunto”.
Um dos mais influentes ministros de Bolsonaro no governo, Heleno defendeu o ex-presidente e afirmou que não havia qualquer planejamento para um ato golpista.
“Um golpe, para ter sucesso, precisa ter líderes, um líder principal, que esteja disposto a assumir esse papel. Não é uma atitude simples”, afirmou Heleno.
O ex-GSI disse que lamentou os atos de invasão e depredação nos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. “Achei lamentáveis, inadmissíveis. Lógico que foi muito ruim para a imagem do Brasil.”
Eleições
Heleno afirmou aos deputados que Bolsonaro “acatou” o resultado das eleições, assim como ele, ao negar ter havido intenção de golpe dentro do governo.
O ex-chefe do GSI afirmou que os atos de 8 de janeiro e os ataques à sede da PF no dia 12 de dezembro – após prisão do índio Tsererê, por atos golpistas – foram fatos “isolados” e “sem chefes definidos”.
Ele também defendeu a mobilização no acampamento montado em frente ao quartel do Exército, de onde partiram boa parte dos invasores do 8/01. “Não estive nenhuma vez no acampamento. Conhecia de fotografias. Mas acredito, pelo que se escuta, que o acampamento era um local sadio, onde se faziam muitas orações, se reuniam para conversar sobre assuntos políticos.”
O depoimento de Heleno havia sido marcado para 19 de abril, mas acabou adiado a pedido da defesa.
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