Durante o período de um mês, a fabricante Pfizer enviou cerca de 10 e-mails para o governo brasileiro para tentar vender vacinas contra a Covid-19. A série de emails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostra que a empresa foi ignorada pela gestão Bolsonaro.
De 14 de agosto a 12 de setembro de 2020, quando o presidente mundial do laboratório mandou carta ao Brasil, foram ao menos dez emails enviados pela farmacêutica discutindo e cobrando resposta formal do governo sobre a oferta apresentada. Os documentos foram obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo.
A primeira oferta da empresa foi formalizada ao Brasil em 14 de agosto, de 30 milhões e 70 milhões de doses, e tinha validade até o dia 29 daquele mês. Após o envio do documento, a Pfizer mandou emails por três dias cobrando resposta até que uma representante da farmacêutica telefonou para uma técnica da Secretaria de Ciência, Inovação e Insumos Estratégicos (Sctie) do Ministério da Saúde.