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Em meio a críticas, Rússia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU pela 2ª vez desde a invasão da Ucrânia

A Rússia assumiu, nesta sábado (01/04/2023), a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A ação, questionada por muitos países, acontece devido às regras da entidade, que estipula que cada um dos 15 países-membros devem assumir a chefia do Conselho de forma rotativa por um período de um mês.

Com a mudança, Moscou ficará responsável por decidir as pautas a serem discutidas, bem como das ações administrativas do colegiado. Em entrevista à agência estatal Tass, o representante russo permanente na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou que um dos primeiros debates será sobre a violação dos Estados diante das exportações de armas.

Isso porque, desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia vem sendo isolada, principalmente pelo Ocidente. Além de implementar sanções sobre o gás, petróleo e fertilizantes russos, os países suspenderam as importações de armas e itens industriais a Moscou. Um dos últimos países a restringir os envios, por exemplo, foi o Japão.

“Há muito tempo declaramos a necessidade de restaurar a ordem nesta área. A Rússia tem uma legislação rigorosa que rege o fornecimento e a exportação de armas convencionais, e cumprimos rigorosamente todas as nossas obrigações. Isso também deve se aplicar aos demais fornecedores”, disse Nebenzya, alegando que as sanções criaram espaço para o mercado ilegal, impossibilitando o rastreio dos equipamentos.

A última vez que a Rússia liderou o Conselho de Segurança da ONU foi durante o início da invasão na Ucrânia. Pouco mais de um ano depois, dezenas de cidades foram destruídas e milhares de pessoas foram mortas. Em março, o presidente russo, Vladimir Putin, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional pelo sequestro de crianças ucranianas.

Em meio ao cenário, muitos países criticaram a nova chefia do colegiado. Na quinta-feira (30/03), por exemplo, os Estados Unidos pediram à Rússia que se “comportasse profissionalmente” quando assumisse o Conselho, já que não há meios de bloquear Moscou do posto. A Ucrânia, que não é um membro atual da entidade, classificou a nova liderança como “absurdo a um novo nível”.

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